Kung Fu

O Kung Fu, como é conhecido, é uma arte marcial chinesa criada há mais de 5.000 anos. Dizem na China que quando o homem de “Neanderthal” utilizou-se pela primeira vez de um osso ou de uma pedra para melhorar suas qualidades na luta, surgiu o Kung Fu.
Seus movimentos de ataque e defesa foram inspirados, em sua maioria, na natureza e na observação dos animais. O Kung Fu é dividido em estilos internos e externos, que variam de acordo com suas características. O Kung Fu também é conhecido como Wushu (Arte Marcial) e Kuoshu (Arte Nacional).
A palavra “Kung Fu” é de difícil tradução, pois sua escrita é ideográfica, na qual cada caractere representa uma idéia completa e não podemos traduzir uma idéia em uma única palavra. Fazendo uma análise da composição e formação do ideograma chinês da palavra Kung Fu, chegamos a três definições possíveis: tempo e esforço desprendido numa atividade ou grau de perfeição alcançado em qualquer área de atuação ou ainda conhecimento profundo de um determinado assunto.

A ORIGEM DO KUNG FU

Apesar de contraditório, o Kung Fu, como forma de ação baseada em ataque, tem suas origens religiosas no Budismo, o qual prega a tolerância, a paciência e a não violência. O Budismo, criado na Índia por Sakyamuni (Siddhartha Gautama, o Buda), proclamava o ascetismo e a renúncia do mundo. Suas quatro verdades sagradas expunham a crença de que a vida é dor, e devemos analisar as suas causas e encontrar métodos de eliminá-las.
Em 525, atravessou a fronteira chinesa vindo da Índia o 28º patriarca do Budismo, chamado Bodhisatwa Avalokistevara Bodhidharma (mais conhecido na China por Daruma Taishi), o fundador da facção "Chan". Esse monge constatou a diversificação dos dogmas do budismo chinês e ingressou num templo da província de Honan, vulgarmente conhecido como "Templo Shaolin". É dito que Bodhidharma sentou de frente para a parede de uma caverna por nove anos, desconhecendo até os ninhos de passarinho que se formavam em seus ombros. Sua sombra, segundo dizem, se gravou na parede da pedra. Talvez seja exagero, mas sua persistência deu estímulo ao crescimento e desenvolvimento das artes marciais shaolins. Bodhidharma recodificou o sistema ginástico denominado "Kung Fu" e filosoficamente comparou-o aos movimentos dos animais. Na mesma época, revolucionou o pensamento búdico universal, redescobrindo a meditação como caminho para o autoconhecimento. Por ser hindu, denominou essa prática pelo nome que era para ele mais justificado (Dhiyana). No entanto, para o sistema vocálico dos chineses, que usam ideogramas, essa palavra tornou-se impronunciável. Com o passar do tempo adaptaram-na para a terminologia chinesa "Ch'Anna" de onde veio o nome hoje conhecido por "Chan" ou "Ch'an". A "Chan" transformou o obscuro e elaborado Budismo Indiano em uma forma de budismo adaptada à tradicional psicologia chinesa. Tolerou quase todas as formas de comportamento, exceto matar, roubar, saquear e o sexo. Como resultado, o Templo Shaolin recebeu numerosos monges que não eram aceitos por outras escolas budistas, como aqueles que bebiam ou que comiam carne. Foi essa tolerância não usual que ofereceu uma importante base para a existência e para o desenvolvimento das artes marciais shaolins.
Diferente dos outros monastérios, os habitantes do Templo Shaolin davam pouca atenção à vida ascética e tampouco estudavam as escrituras budistas. Sua rotina diária consistia em sentar de pernas cruzadas em frente à parede, de maneira a acabar com todos os pensamentos que os pudessem distrair, como fora pregado por Bodhidharma.
Longos períodos sentados causam obviamente grande desconforto e é necessário que se levante para restaurar a circulação. Foi assim que as dezoito rotinas do Shaolin foram inventadas. Pelos modernos padrões físicos, essas rotinas nada mais são do que exercícios de aquecimento, mas naquele tempo elas serviam como parte de um regular desenvolvimento do regime Shaolin. Assim surgiu o Kung Fu, inicialmente como uma série de exercícios para melhorar a saúde e, posteriormente, como técnica de defesa pessoal.

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